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O Planejamento como Alicerce da Estratégia: O que as Operações Especiais têm a Ensinar?


por: Rodney Lisboa

No contexto das organizações, sejam elas militares ou civis, desenvolver um planejamento bem estruturado contribui substancialmente para a consecução dos objetivos estabelecidos, resultando em incremento do binômio confiabilidade-credibilidade independentemente do tamanho que a instituição possa ter. Na acepção do termo, planejar significa elaborar um plano com a finalidade de organizar e otimizar ações e procedimentos, estabelecendo o objetivo ou conjunto de objetivos que se deseja alcançar. Em essência, o ato de planejar compreende a identificação: do que deve ser feito; de quando deve ser feito; de como deve ser feito; e de quem deve fazê-lo.

Na sociedade militar, as FOpEsp (Forças de Operações Especiais), por ocasião de suas capacidades singulares e elevado nível de preparação e treinamento, são capazes de executar missões altamente complexas com maior desenvoltura que as unidades regulares. Entretanto, mesmo valendo-se de destacada competência e aparato tecnológico de ponta, as unidades de elite têm pouca utilidade sem que haja um planejamento prévio e coerente que norteie a condução da missão que se pretende realizar.

Devido à complexidade das ações relacionadas às OpEsp (Operações Especiais), muitas delas sendo de grande criticidade para o Estado que as patrocina, as missões nas quais se envolvem demandam de intenso e meticuloso planejamento, o qual requer, considerando as especificidades da operação (natureza Direta ou Indireta), informações específicas e confiáveis acerca de uma grande diversidade de variáveis. Esses dados são imprescindíveis para que seja realizado um estudo no qual serão identificadas condições que orientam na elaboração de um planejamento ajustado à realidade.

Assim como um planejamento bem estruturado fornece elementos que contribuem para o desfecho favorável da operação, planejamentos inadequados e/ou realizados às pressas (negligenciando ou desconsiderando variáveis inerentes à missão em questão) têm grande probabilidade de redundar em fracasso.

Embora não assegure o cumprimento dos objetivos estabelecidos, um planejamento bem elaborado, desenvolvido e executado potencializará as chances da operação ter sucesso. A fase de planejamento, necessariamente, deve anteceder qualquer ação, mesmo àquelas que não se distinguem pelo alto grau de criticidade (pois são sensíveis aos interesses do Estado, no caso dos militares, ou das organizações, no caso das empresas), ou requerem preparações extremamente complexas.

O planejamento, normalmente, exige um longo processo de estudo, que dependendo dos requisitos exigidos, pode se estender por vários dias. No decorrer desse processo, todos os pormenores relacionados às ações a serem executadas devem ser consideradas e sua viabilidade analisada. Todavia, o resultado desse estudo deve ser traduzido, não em informações demasiadamente detalhadas que restringem possibilidades de mudança e limitam a capacidade de decisão, mas em um conjunto relativamente simples de instruções, a serem transmitidas de forma clara e objetiva para todos os colaboradores que tomam parte efetiva das ações institucionais.

Particularmente no caso dos planejamentos operacionais elaborados por FOpEsp, todos os militares de uma equipe, independente da patente que ostentam, são instados a participar com liberdade de julgamento (opinião), uma vez que a percepção individual devido à capacidade e expertise representa um ativo que pesa favoravelmente na definição do plano de ação a ser adotado.

Um planejamento que atenda às demandas organizacionais deve estar atento tanto ao macro ambiente quanto às práticas institucionais mais basilares, uma vez que é determinante para a conduta e o processo decisório de colaboradores e gestores.



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