por: Walter Longo
Aprendemos em todos os manuais de liderança que a função de um gestor é tornar-se gradativamente desnecessário. Só assim seus subordinados evoluem, ganham autonomia e crescem na organização.
Fica claro, portanto, a necessidade de líderes se desvestirem de sua orgulhosa importância presencial e operativa dando espaço para que outros líderes surjam.
Em contraponto a essa postura, porém, nos dias atuais estamos nos sentindo cada vez mais fundamentais na operação, reafirmando nossa presença cotidiana de maneira crescente e com uma enorme dificuldade de delegar e empoderar subordinados. E, com isso, surge uma sensação no comando corporativo de que não estamos sabendo exercer nosso papel.
O que está errado?
Qual será a causa dessa necessidade imperiosa de líderes mais "hands on" e mais presentes no dia a dia da organização?
O fenômeno causal que gera essa necessidade chama-se efemeridade e mudança constante. Temos de atuar de maneira efêmera para continuar perenes, e isso muda tudo nas regras do jogo.
O mundo muda tanto, e tão rápido, cenários inesperados surgem à frente, que o que foi transmitido e ensinado aos nossos subordinados acaba não servindo mais. E em momentos como esse, vale cada vez mais a experiência que permite enfrentar o imprevisível.
É como um comandante de avião que vai descansar na última cadeira da primeira classe, após colocar a aeronave em voo de cruzeiro, e é acordado minutos depois pelo copiloto, pois há elefantes voando logo à frente da rota. E não há nada no manual sobre esse acontecimento.
O inesperado exige a presença do líder. Conviva com isso daqui para a frente. Até que a empresa entenda que mudança é o único estado permanente. Momentos turbulentos exigem o retorno e a experiência do líder. Mas continua sendo nossa missão aprendermos a atuar nesse novo cenário, delegando responsabilidade e formando novos pilotos, agora preparados para atuar na era da efemeridade.
Todos os direitos reservados © AGAPE DO BRASIL | 2017