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GESTÃO DE CARREIRA NAS ORGANIZAÇÕES


por: Fábio Rocha

 


Desafios ou Oportunidades?


Reflexões:


Quais são as discussões que estão surgindo nas organizações sobre a


gestão de carreira de suas equipes?


Quais os recursos utilizados pelas organizações para ajudar as pessoas


na estruturação de novas relações com o trabalho, com sua carreira e


com a empresa?


Quais os questionamentos dos colaboradores sobre a gestão atual dos


planos de carreira em suas empresas?


Quais as implicações e impactos, nas organizações, decorrentes da


gestão de carreira de seus colaboradores?


A ideia de carreira nasce com a sociedade industrial capitalista liberal


fundamentada nas perspectivas de igualdade, liberdade de êxito individual e


progresso econômico e social.


As organizações estão percebendo que as formas tradicionais de


gerenciamento de pessoas e de suas carreiras não respondem às demandas


atuais.


Um dos pontos cruciais é o tratamento dos aspectos relacionados à


organização do trabalho e geracionais, fundamental para obter melhores


condições de atração e retenção de talentos e, também, favorecer o


desenvolvimento profissional, fatores que vem se tornando bem mais complexo


na gestão de pessoas.


Trazendo este tema para os dias atuais, fica evidente que o aumento da


longevidade também tem impactado o mundo corporativo, deixando claro a


necessidade de revisão de todas as questões inerentes à gestão de pessoas.


E, de forma especial, as perspectivas, aspirações e modelos de carreira dos


executivos de alta e média gerência, como também dos profissionais em geral.


Preparar-se para uma vida mais longa não é mera questão de preenchimento


de tempo, lazer, ócio ou tentativa de resgatar o que não se viveu


anteriormente. Muito menos para arrependimentos, mas, sim para potencializar


performance pessoal/organizacional, aumentar satisfação, ampliar


possibilidades de sucesso e colocar as pessoas certas nos lugares certos.


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Já não basta recrutar, admitir, integrar, motivar e desenvolver os profissionais


contratados. Afinal, novas variáveis têm surgido, tais como:


 Carreiras mais curtas;


 Dificuldade em lidar com o sucesso rápido;


 Maior competitividade acompanhada da ambição de crescer


rapidamente;


 Preocupação com o equilíbrio entre a qualidade de vida pessoal e


profissional; internacionalização dos mercados;


 Transitoriedade dos modelos de gestão; fusões e incorporações que


agregam novas culturas corporativas e transnacionais;


 Transferências compulsórias para realidades e mercados muito distintos;


 Maiores exigências dos acionistas e controladores do capital; etc.


As expectativas dos colaboradores e mudanças na dinâmica corporativa


implicam uma forma diferente de olhar as pessoas na organização. Atualmente


as carreiras são geridas com foco nos cargos ou posição no organograma, em


que se espera das pessoas uma postura passiva e submissa, embora o


discurso seja de autonomia e empreendedorismo. Um novo olhar para o


contexto organizacional sinaliza a tendência para mudança dessas referências.


Os planos de carreiras instituídos pelas organizações nem sempre coadunam


com os reais interesses e necessidades dos trabalhadores e, por outro lado,


alguns trabalhadores não conseguem desenvolver flexibilidade na carreira,


permanecem na mesma linha de ação funcional, o que pode ser decorrente do


entrincheiramento na carreira por falta de opção, acomodação, ausência de


visão para escolha de novas opções de trabalho, frustrações e sensação de


perda dos investimentos ou pela percepção de um preço emocional a pagar


muito alto para mudar.


"Muitas empresas não estão conectando seus programas de gestão de carreira


com a realidade e, com isso, estão correndo o risco de perder alguns de seus


melhores talentos”, diz Glaucy Bocci, diretora de gestão de talentos da Towers


Watson para a América Latina. "No Brasil, assim como globalmente, a falta de


oportunidades de crescimento na carreira é o segundo principal motivo pelo


qual os empregados deixam uma organização. O primeiro é a remuneração.


Com o aumento no número de contratações e dos índices de rotatividade, e


com as dificuldades encontradas na atração e retenção de talentos, as


empresas precisam compreender a importância de oferecer oportunidades de


avanço na carreira. Os programas atuais têm se mostrado ineficazes",


complementa.


Segundo a pesquisa Towers Watson Global Workforce Study (Pesquisa Global


obre a Força de Trabalho), menos de metade (46%) de todos os empregados


no mundo e 39% dos empregados no Brasil afirmam que suas organizações


oferecem ferramentas úteis para o planejamento de carreiras. Dentre os


brasileiros, 40% dizem que as organizações em que trabalham oferecem


oportunidades de crescimento e 44% acreditam que teriam de mudar de


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empresa para dar um passo adiante em suas carreiras. Os empregadores, por


sua vez, reconhecem que seus programas de gestão de carreiras deixam a


desejar.


Outro estudo da consultoria, desta vez o Towers Watson Talent Management


and Rewards Survey (Pesquisa Global sobre Talentos e Recompensas),


mostra que, globalmente, 49% das organizações se consideram eficazes na


oferta de oportunidades convencionais de crescimento. No Brasil, esse número


é melhor (66%), mas cai bastante, para 56%, quando o foco são as ofertas de


oportunidades não convencionais para desenvolvimento de carreiras.


Entretanto, as empresas consideram a oportunidade de gerenciamento de sua


carreira como o motivo número um para um empregado ingressar em uma


empresa, sendo mais importante do que itens como salário-base e trabalho


desafiador.


Vivemos numa realidade onde o trabalhador busca o reconhecimento de suas


ações para se proteger de riscos como o desemprego, exclusão dentro da


organização, congelamento funcional, além do intuito de construir a própria


carreira.


O contexto de mercado e organizacional tem influenciado mudanças profundas


na visão de carreira na atualidade, este conceito incorpora novos elementos, a


exemplo das condições ambientais, responsabilidades assumidas no ambiente


familiar, ansiedades, capacidades, potencialidades e necessidades pessoais,


entre outros.


Neste novo cenário o planejamento de carreira, no ambiente organizacional,


cada vez mais ganha autonomia, suscita a gestão do próprio trabalhador,


demanda autodirecionamento, capacidade de inovação e de tomada de


decisões e soluções de problemas relacionados ao trabalho e à vida pessoal.


Exige do indivíduo um contingente de informações que advêm, principalmente,


do autoconhecimento.


Desta forma as organizações precisam estar cada vez mais imbuídas de um


direcionamento compatível com a sua realidade, promover meios para que


seus colaboradores possam vincular essa perspectiva de ascensão profissional


a uma representação que esteja de acordo com as políticas instituídas pela


organização, bem como a um comportamento adequado e desejável não


somente dentro dessa estrutura, mas, também, para o reconhecimento social.


Criar condições para que cada colaborador mude os modelos mentais, encare


o desafio de vencer como forma de ser reconhecido, admitido, aceito. O


sucesso, a ambição, fazer carreira vão se tornar para o indivíduo os valores


essenciais, pois através deles poderá preencher as necessidades inerentes


aos desafios profissionais e pessoais, conquistar novos espaços,


oportunidades e ascensão social.


Incontestavelmente novas ações deverão ser incorporadas aos processos de


gestão de carreiras nas organizações como suporte aos colaboradores na


elaboração de um plano de vida e carreira, no entendimento e compreensão


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das suas habilidades, numa visão integrada de carreira alinhada com as regras


e políticas da organização e, essencialmente, de como gerenciar o alinhamento


do seu plano de carreira à empresa com efetividade.


Portanto, vale a pena sua organização perguntar, o programa de gestão de


carreiras, utilizado na empresa:


- está respondendo às necessidades dos colaboradores?


- promove condições para que eles visualizem as oportunidades de


crescimento oferecidas pela organização e se planejem para aproveitá-las?


- está preparando adequadamente os colaboradores para planejar trilhas de


carreira juntamente com a organização?


- quanto valor tem agregado à organização?


A cada dia será mais comum a busca das pessoas por organizações que sejam


claras quanto aos seus planos de carreira, que demonstrem a conexão dos


seus negócios, dos seus valores, das políticas de gestão de pessoas alinhadas


com os anseios dos profissionais para empreender nas suas vidas e carreiras,


promovendo condições para criação de projetos de vida/carreira que


contemplem cada novo ciclo de vida e carreira dos colaboradores.


E óbvio, que se tanto empregadores quanto empregados concordam que os


programas de gestão de carreira não estão conseguindo alcançar esses


objetivos e que essa constatação é feita em um momento em que muitos


empregados acreditam que suas carreiras estão em "ponto morto" e afirmam


que precisariam deixar suas empresas atuais para crescer, algo urgente


precisa ser feito. Concorda?


Fábio Rocha


Especialista em Carreira, Consultor em Sustentabilidade, Professor, Coach e


Diretor-Executivo da Damicos Consultoria em Liderança e Sustentabilidade.


fabio@damicos.com.br


Maiza Neville


Especialista em Carreira, Consultor em Gestão de Pessoas por Competências,


Professora, Coach e Diretora-Executiva da Damicos Consultoria em Liderança


e Sustentabilidade.


maiza@damicos.com.br 


 


 

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