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Dimensão social: a fênix dos momentos críticos


por: Jorgete Leite Lemos

 


Estamos diante de mais uma excelente oportunidade para os profissionais da área Social nas organizações empresariais. Por quê? Historicamente, o assistente social tem sido acionado para intervir em situações críticas.  Ainda hoje, muitos pensam que o assistente social é um “solucionador de problemas”, quando, na verdade, há muito é um estrategista no âmbito do social, que conhece os objetivos da organização e coloca em prática alternativas, para limitar ou maximizar o impacto das situações sociais, a fim de facilitar o alcance de tais objetivos. 


Focado na qualidade da competência social (empatia e aptidão social), o assistente social assessora os líderes, gestores em todos os níveis, fortalecendo as relações diretas entre esses e sua equipe. 


Relações abertas e francas são necessárias sempre e muito mais em momentos de crise, para bloquear a trajetória dos boatos e dos conflitos interpessoais, muitas vezes desnecessários e que acabam convergindo para perdas de motivação, engajamento e dos resultados traduzidos por produtividade, lucratividade e imagem.


Que a ações efetivas o assistente social pode desenvolver?


•A transferência da tecnologia de gestão do social:


Considerando que o social é o resultado das interações, ações entre pessoas, que acontecem em todos os ambientes de convivência dentro e fora das organizações, cabe ao assistente social preparar os líderes, pois estes estão aonde os fatos sociais acontecem (construtivos ou destrutivos) e nem sempre os líderes estão preparados para deslocar-se de sua posição, colocar-se no lugar do outro e, de forma isenta, avaliar as situações que ocorrem na sua área de trabalho.


O assistente social prepara-se para isso em seu curso de graduação, aperfeiçoa-se em cursos de especialização e pós-graduação, acumulando e disponibilizando seu conhecimento para clientes internos nas organizações, a começar pela liderança, para a qual deve realizar a transferência de seu know-how.


Essa transferência não é um processo mecânico de transposição de A para B e, sim, um processo de ressignificação, do social na mente dos líderes e liderados, no qual o “problema” sai de cena como protagonista, para dar espaço ao potencial que existe em cada um dos atores e que em muitas vezes sequer é percebido e aproveitado.


A gestão do social nas organizações é um processo que visa a contribuir para o desenvolvimento organizacional, tornando as questões sociais de tal ordem facilitadas pela informação, orientação, que gestores e empregados estejam capacitados para a autogestão dessas questões, causando interferência mínima sobre o clima, e o processo produtivo. 


Jamais a dimensão social esteve em um patamar tão expressivo quanto na atualidade, formando o triple bottom line da sustentabilidade corporativa e assim, tal qual a fênix da mitologia, “que se deixava arder em um braseiro para, em seguida, renascer das próprias cinzas” (Dicionário Houaiss), vivemos um momento que nos parece pós-braseiro.


Neste momento, destaco quatro pilares para a gestão do social focada na qualidade da competência social, como um dos recursos vitais para o relacionamento interpessoal, a partir das lideranças:


1. Acolhimento – Predisposição de respeito ao outro, criando um ambiente favorável para que se estabeleça o relacionamento ganha-ganha.


2. Escuta qualificada – Capacidade de perguntar e escutar respostas; de ser indagado e responder.


3. Empatia – Parte do processo reflexivo, no qual é essencial colocar-se no lugar do outro e permitir que o outro interaja sem barreiras hierárquicas ou intermediações.


4. Coerência – É demonstrada por meio da comunicação transparente e da ação correspondente a essa comunicação. É ser exemplo.


Se, de um lado, temos o saber e o querer ensinar dos assistentes sociais e, de outro, a vontade de ampliar conhecimentos e tornar-se um líder pleno, que conheça e atue junto ao capital humano em todas as dimensões, o que nos falta? Divulgar mais e mais essas possibilidades de ação e de valor agregado pela área social nas organizações, lembrando que a ação deverá ser transdisciplinar,  compartilhando saberes com outras disciplinas.


* Jorgete Leite Lemos é diretora de Diversidade da ABRH-Brasil e diretora da Jorgete Leite Lemos Consultoria.


 

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