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A VIDA SECRETA DO STRESS


por: Adriana Gattermayr

Parece haver uma ideia bem errada na seara da liderança. Executivos extremamente inovadores e de sucesso, com uma ampla visão de futuro, normalmente têm problemas no relacionamento interpessoal. Permanecendo somente no campo dos negócios, eles frequentemente são descritos como “difícil”, “muito exigente”, “grosso(a)” e/ou “impossível de se trabalhar junto”. Todos sabemos que essas características, sejam elas verdadeiras ou não, nunca impediram as pessoas de trabalharem para eles, nunca impediram as pessoas de se orgulharem de trabalhar em seus negócios e nunca impediram suas empresas de crescer mais e melhor. 


Pense em Elon Musk, Steve Jobs, Dan Barber, Walt Disney e Hiroshi Yamauchi, só para mencionar alguns. Duros? Essa seria uma forma bacana de descrevê-los quanto às suas habilidades de liderança.


Então por que continuo escrevendo sobre a força dos valores e da gentileza no local de trabalho?


Porque é lá que a ideia errada se forma e isso é o ponto chave do novo approach para a evolução do negócio. 


As empresas desses líderes são grandiosas apesar dos problemas que eles têm na área do relacionamento interpessoal. Muitos outros líderes pelo mundo confundem genialidade com grosseria, como se o último pudesse levar ao primeiro. Você pode achar que isso é insano, mas se você não é um deles, você tem a grande chance de estar no segundo grupo. Um grupo não menor, composto de líderes que acreditam que tudo bem ter habilidades horrendas de relacionamento interpessoal, já que grandes gênios também têm. Se você acha que você pode estar no segundo grupo... Pense de novo, pois você está caminhando para o desastre. 


Eu sei que é difícil de acreditar quando o Steve Jobs é tão adorado por uma geração inteira, mesmo após sua morte. Mas o que realmente faz as pessoas admirarem a Apple e a figura dele são suas ideias, claro. O óbvio é tão lindo, né? Ainda assim, muitas pessoas festejam e copiam a atitude dele. Não preciso nem dizer que grosseria sem genialidade é o que é: sem sentido. Colaboradores percebem isso e é aí que questões de gestão aparecem. Questões de gestão significam baixa performance e a nova economia não tem espaço para baixa performance. 


Então se você está aspirando uma alta performance, você está igualmente buscando grandes ideias e grande habilidade em gestão de pessoas. O resto é só estratégia. 


Embora dizer “nós nos preocupamos com nossos liderados” e estabelecer programas de qualidade de vida estão na moda entre empresários hoje em dia, a cultura no coração de cada empresa mostra uma história bem diferente. Horas de trabalho insuportáveis, competição desleal, falta de respeito com o trabalho dos colaboradores, líderes estressados descontando uns nos outros. 


Um local de trabalho nunca é livre de estresse – nem deve ser. Um stress de nível médio, no entanto, promove criatividade, desafio, motivação e pro-atividade, todas as coisas que grandes executivos procuram num emprego. A chave é manter o estresse centrado no trabalho, não nas pessoas. 


Alguns executivos são atraídos por estresse e desafios com alto nível de dificuldade. Esses são os trabalhadores que as empresas remuneram bem. Eles aguentam, pensam os recrutadores. Sim, eles aguentam os desafios e o estresse de atingir uma meta alta, com qualidade e prazo curto. Mas eles aguentam isso mais os problemas de relacionamento interpessoal de seus chefes? Eles têm que aguentar? Quanto mais eles poderiam aguentar se a gestão de pessoas fosse uma prioridade na empresa? Quanto mais eles poderiam conquistar com um estresse focado somente na meta?


Pense grande. 


 

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